terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

Os Amigos

Esses estranhos que nós amamos
e nos amam
olhamos para eles e são sempre
adolescentes, assustados e sós
sem nenhum sentido prático
sem grande noção da ameaça ou da renúncia
que sobre a luz incide
descuidados e intensos no seu exagero
de temporalidade pura

Um dia acordamos tristes da sua tristeza
pois o fortuito significado dos campos
explica por outras palavras
aquilo que tornava os olhos incomparáveis

Mas a impressão maior é a da alegria
de uma maneira que nem se consegue
e por isso ténue, misteriosa:
talvez seja assim todo o amor



José Tolentino Mendonça

1 comentário:

Anónimo disse...

José Tolentino Mendonça sobe na minha consideração a cada dia que passa.

Em primeiro lugar vou falar a sério, depois passaremos para o fanfarrão!

De facto, os amigos são, a meu ver, um dos bens preciosos, talvez o maior, que um ser humano pode ter. Parece aquela banalidade: "ah e tal os amigos são os maiores, tão sempre connosco, dão-nos na cabeça quando precisamos de ouvir das boas, mas apoiam quando estamos na mó de baixo..". Realmente parece. No entanto, para esquecer um pouco a amizade no geral, vou especificar e dirigir umas breves mas sentidas palavras ao magno chanceler deste blog.

Este amigo entrou, principalmente no ultimo ano, na minha vida. Aquela entrada de uma pessoa muito diferente é sempre excepcional. Realmente, confesso que é o maior desafio, conhecer pessoas diferentes mas que, com o passar do tempo, constatamos que traçam linhas comuns. A diferença foi criando muita riqueza. A compreensão mútua e companheirismo foram quebrando as barreiras sociais de qualquer nova relação. A reciprocidade no modo de avaliar certos comportamentos dos humanos trouxe uma tónica muito benéfica para as partilhas. E no fundo, o que fica é um grande companheiro de luta, um belo ouvinte, com um nível de compreensão e abstracção acima da médica, um organizado orador, em suma, um bom amigo. E quando assim é dá gosto alimentar a relação! Agora é aquela parte em que leio o post "sem grande noção da ameaça ou da renúncia
que sobre a luz incide
descuidados e intensos no seu exagero
de temporalidade pura..." Ao vosso critério fica a interpretação.

Agora vamos ao fanfarrão. Disse no início que o Pe. Tolentino Mendonça sobe a olhos vistos na minha apreciação. Na realidade, quem possui uma sobrinha com aquelas qualidades vaginais e bocais, aliadas a um nível de desejo sexual gritante e louco, só pode ter o meu aval.

Diálogo com ele no ChapitÔ..
Eu - Conheço uma sobrinha sua..
Tolentino - Ah sim, qual?
Eu - Uma rapariga que conheci em 89 em Sacavém..tranca razoável, prateleira gostosa, uma pandeireta xl
Tolentino - Oh seu maroto. Ja sei quem é. Ela já me falou de si. E dos seus belos atributos da cintura para baixo
Eu (Embasbacado) - Bom, são traquinices..tá td dito.

FORÇA Campeão!