O assunto dos últimos dias, nomeadamente da última sexta feira, foi o cancelamento do maior, mais importante, mais difícil e mais carismático rally de todo o terreno do mundo. Primeiro devo assumir que fiquei tristíssimo com toda esta situação, isto embora este ano não pudesse ir assistir ao vivo por outras actividades em que a minha presença era muito importante tanto para mim como para quem lá iria estar. Logo desde dia 2 que percebi que algo poderia correr mal, pois já haviam os avisos do governo francês de que a falta de segurança era algo que estava presente e que poderia vir a causar danos na prova automobilística. Fui deixando passar o tempo sem ter muito que me importar com isso, fui ver os carros, participei em passatempos, ganhei prémios (mais uma vez) etc... Dia 4 de manha, ao ouvir as notícias da manha na rádio, percebi que algo de importante poderia vir a acontecer. Nessa altura ninguem acreditava que seria possível haver um cancelamento de toda a prova. Uma reunião de urgência entre a organização portuguesa e francesa logo pelas 7 da manha no CCB, antevia uma decisão importante. Nunca pensei que fosse tal, mas vários sinais foram dando a perceber que era isso que ia acontecer. O principal sinal foi a paragem das verificações técnicas. De facto não faziam sentido continuar as verificações técnicas porque o rally não iria acontecer.
A notícia é oficializada pelas 11 e 15 e a consternação foi a maior. Posso dizê-lo porque estive à porta do CCB mais ou menos pelas 13 e 30 e sentia-se um ambiente pesado e triste, tanto de pilotos como de jornalistas e demais envolvidos na prova.
Muito se pode dizer e muito se disse sobre o cancelamento da prova.
Embora triste, penso que a decisão tomada foi a melhor. Não se podia remediar uma prova como esta, fazendo os pilotos darem uma grande volta ou uma ponte aérea que fazia com que o rally demorasse metade do tempo que deveria ter. Óbviamente que fazer uma versão light era reduzir a uma importância menor e a um menor carisma este rally. Marrocos já tem outras provas e não necessita fundamentalmente desta. Seria triste fazer um meio Dakar. Não faria sentido nenhum.
De certeza que a decisão não teve apenas um factor pois as seguradoras efecturam também a sua pressão na organização ao esclarecerem que não haveria direito a qualquer compensação económica caso se verificasse algum atentado terrorista. Portanto o problema tem uma abrangência da dimensão da prova e daqueles que nela participam.
Sem dúvida nenhuma que a realização deste evento não vai voltar a ser a mesma e nesse desafio reside a sua continuidade. Vão ter de ser encontradas novas soluções e alternativas. Mas temos de ter a consciência de que o impacto do anulamento do rally ainda não se fez sentir na sua plenitude e vai demorar pelo menos um ano e um mês a fazer-se sentir completamente.
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