sábado, 26 de julho de 2008
quarta-feira, 23 de julho de 2008
50 anos da Carta a Salazar
Portugal beneficiou com a coragem de D. António Ferreira Gomes
Um grupo de cidadãos de Coimbra recordou o 50.º Aniversário do «Pró-Memória» a Salazar, escrito por D. António Ferreira Gomes, Bispo do Porto, com uma homenagem cívica”. “O gesto do bispo do Porto teve um alcance nacional” – disse à Agência ECCLESIA José Manuel Pureza, professor da Universidade de Coimbra e um dos organizadores da homenagem. E acrescenta: “fomos nós, enquanto país, que fomos beneficiados pela coragem cívica e pastoral do bispo do Porto”.
Na intervenção que fez no acto cívico, José Manuel Pureza afirmou que a Carta de D. António Ferreira Gomes (datada de 13 de Julho de 1958) “foi, de alguma maneira, a abertura católica ao «obviamente demito-o» que, também nesse ano, foi lançado sobre o ditador”.
Um documento que questionou os “pilares ideológicos da ditadura” – disse José Manuel Pureza. A carta levanta a questão “da abertura ao pluralismo político dos católicos”. E acrescenta: “um verdadeiro sacrilégio para o salazarismo”. Ao longo das páginas da Carta, o bispo do Porto aponta também os princípios básicos da Doutrina Social da Igreja contra “a organização económica e social que o fascismo nos estava a impor”. Um gesto que fica para a história como “prelúdio” da quebra do salazarismo.
D. António Ferreira Gomes põe por escrito aquilo que é “uma denúncia muito profunda do salazarismo”. E adianta: “não é uma irritação de circunstância, mas um gesto espiritualmente fundado”.
O pluralismo de caminho para semear o Evangelho é a pedra de toque do bispo do Porto. A carta é “um gesto de denúncia e de anúncio” – sublinhou o professor universitário. E finaliza: “este documento dá voz a uma inquietação que estava instalada em alguns meios católicos”.
In Agência Ecclesia
Um grupo de cidadãos de Coimbra recordou o 50.º Aniversário do «Pró-Memória» a Salazar, escrito por D. António Ferreira Gomes, Bispo do Porto, com uma homenagem cívica”. “O gesto do bispo do Porto teve um alcance nacional” – disse à Agência ECCLESIA José Manuel Pureza, professor da Universidade de Coimbra e um dos organizadores da homenagem. E acrescenta: “fomos nós, enquanto país, que fomos beneficiados pela coragem cívica e pastoral do bispo do Porto”.
Na intervenção que fez no acto cívico, José Manuel Pureza afirmou que a Carta de D. António Ferreira Gomes (datada de 13 de Julho de 1958) “foi, de alguma maneira, a abertura católica ao «obviamente demito-o» que, também nesse ano, foi lançado sobre o ditador”.
Um documento que questionou os “pilares ideológicos da ditadura” – disse José Manuel Pureza. A carta levanta a questão “da abertura ao pluralismo político dos católicos”. E acrescenta: “um verdadeiro sacrilégio para o salazarismo”. Ao longo das páginas da Carta, o bispo do Porto aponta também os princípios básicos da Doutrina Social da Igreja contra “a organização económica e social que o fascismo nos estava a impor”. Um gesto que fica para a história como “prelúdio” da quebra do salazarismo.
D. António Ferreira Gomes põe por escrito aquilo que é “uma denúncia muito profunda do salazarismo”. E adianta: “não é uma irritação de circunstância, mas um gesto espiritualmente fundado”.
O pluralismo de caminho para semear o Evangelho é a pedra de toque do bispo do Porto. A carta é “um gesto de denúncia e de anúncio” – sublinhou o professor universitário. E finaliza: “este documento dá voz a uma inquietação que estava instalada em alguns meios católicos”.
In Agência Ecclesia
segunda-feira, 21 de julho de 2008
segunda-feira, 7 de julho de 2008
“Vinde a Mim
todos os que andais cansados e oprimidos.”
Mt 11, 28
A vida é para acolher
Estes dias de sol radioso, cheios de uma luz que convida a saborear a beleza que nos rodeia, são um já um convite a férias. E lembro o que há dias uns tios meus me contavam sobre a vida dura do campo de há 40 anos, quando na ceifa se trabalhava do nascer ao pôr do sol e o único dia em que se descansava era o do “Corpo de Deus”.
O que será a vida de tantos que neste mundo tão diverso e injusto desconhecem essa palavra “mágica” que evoca algumas saudades do paraíso? É verdade que o relato da criação proclama esse descanso semanal (tão impossível para muitos e tão desperdiçado por outros tantos!), dia de louvor e contemplação, dia de comunhão com os outros e de projecto de novos sonhos, mas quantos o conseguem saborear?
As férias surgem então como um tempo de re-criação. Um tempo que, para muitos é um “dolce fare niente”, um tempo livre mas que tantas vezes se torna ocasião de novas “escravidões” quando a moda ou a publicidade absorvem o tempo do encontro consigo próprio e com os outros. Que o cansaço pede descanso é algo que o ritmo diário bem lembra. Mas existem muitas formas de descanso e a mais bela é a de quem criou e sonha novas criações. Um descanso que permite agradecer tudo o que enche a nossa vida. Aquele descanso que produz harmonia e paz, o descanso de quem se sente abraçado, aquele que é feito do acolhimento de inúmeras coisas simples que já esquecemos como são importantes!
Jesus vive um constante acolhimento. Hoje quase nos diz que Ele é também o “subsídio de férias” dos discípulos. A promessa de alívio aos que andam cansados e atribulados tem a sua raiz nessa paz que só Ele consegue dar. A paz que tem nome de perdão, e também de alegria, de aconchego, de esperança e de futuro. Sim, não temos férias só por causa do passado, nem para fazer tudo o que não pôde ser feito. Aprendo com Jesus que esse tempo de libertação está, principalmente, orientado para o futuro. Porque a mansidão e humildade de coração são condições para viver o tempo de um modo mais salvo. Viver o tempo com o sabor da eternidade, com a espantosa grandeza que cada momento encerra. E para isso é preciso praticar o acolhimento, abrir largamente os braços e abraçar tudo o que está cheio de vida.
Que vamos fazer das nossas férias? E os que as não têm, o que podemos fazer por eles? Que qualidade de acolhimento podemos projectar, pessoal e comunitariamente, ou será que também as nossas paróquias “vão de férias”? E ir de férias é desvalorizar o quotidiano em troca do extraordinário?
P. Vítor Gonçalves
todos os que andais cansados e oprimidos.”
Mt 11, 28
A vida é para acolher
Estes dias de sol radioso, cheios de uma luz que convida a saborear a beleza que nos rodeia, são um já um convite a férias. E lembro o que há dias uns tios meus me contavam sobre a vida dura do campo de há 40 anos, quando na ceifa se trabalhava do nascer ao pôr do sol e o único dia em que se descansava era o do “Corpo de Deus”.
O que será a vida de tantos que neste mundo tão diverso e injusto desconhecem essa palavra “mágica” que evoca algumas saudades do paraíso? É verdade que o relato da criação proclama esse descanso semanal (tão impossível para muitos e tão desperdiçado por outros tantos!), dia de louvor e contemplação, dia de comunhão com os outros e de projecto de novos sonhos, mas quantos o conseguem saborear?
As férias surgem então como um tempo de re-criação. Um tempo que, para muitos é um “dolce fare niente”, um tempo livre mas que tantas vezes se torna ocasião de novas “escravidões” quando a moda ou a publicidade absorvem o tempo do encontro consigo próprio e com os outros. Que o cansaço pede descanso é algo que o ritmo diário bem lembra. Mas existem muitas formas de descanso e a mais bela é a de quem criou e sonha novas criações. Um descanso que permite agradecer tudo o que enche a nossa vida. Aquele descanso que produz harmonia e paz, o descanso de quem se sente abraçado, aquele que é feito do acolhimento de inúmeras coisas simples que já esquecemos como são importantes!
Jesus vive um constante acolhimento. Hoje quase nos diz que Ele é também o “subsídio de férias” dos discípulos. A promessa de alívio aos que andam cansados e atribulados tem a sua raiz nessa paz que só Ele consegue dar. A paz que tem nome de perdão, e também de alegria, de aconchego, de esperança e de futuro. Sim, não temos férias só por causa do passado, nem para fazer tudo o que não pôde ser feito. Aprendo com Jesus que esse tempo de libertação está, principalmente, orientado para o futuro. Porque a mansidão e humildade de coração são condições para viver o tempo de um modo mais salvo. Viver o tempo com o sabor da eternidade, com a espantosa grandeza que cada momento encerra. E para isso é preciso praticar o acolhimento, abrir largamente os braços e abraçar tudo o que está cheio de vida.
Que vamos fazer das nossas férias? E os que as não têm, o que podemos fazer por eles? Que qualidade de acolhimento podemos projectar, pessoal e comunitariamente, ou será que também as nossas paróquias “vão de férias”? E ir de férias é desvalorizar o quotidiano em troca do extraordinário?
P. Vítor Gonçalves
quinta-feira, 3 de julho de 2008
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